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  • Sara Moniz

A batalha dos guerreiros do mar

Se você está explorando a Islândia ou apenas fazendo uma caminhada por Reykjavík, ficará claro que esta ilha já foi o lar dos guerreiros mais ferozes que viajaram em alto mar – os vikings. Alguns hotéis e pousadas usam um capacete com chifres ou mesmo um logotipo de um machado, lojas de souvenirs vendem brinquedos, roupas e tudo relacionado com esta época! Até a cerveja mais famosa da Islândia tem o seu nome.

Este período escandinavo da história conta que os islandeses não eram vikings de verdade, pelo menos não no seu comportamento. Eram agricultores e pescadores, descendentes de vikings dinamarqueses e noruegueses que chegaram pela primeira vez à ilha por volta de 870 d.C.

Quando os vikings chegavam aqui, eles tendiam a ficar, trazendo um fim rápido à prática de invadir, estuprar e pilhar que representava esta classe guerreira tão temida. O que se manteve foi a devoção à mitologia nórdica. Paralelamente a isso, a língua falada na Islândia permaneceu relativamente inalterada desde o início desse período. Hoje, o islandês é tão perto do nórdico antigo que os estudantes modernos ainda podem ler as sagas islandesas originais na sua língua nativa.

Dada a prática comum de aterrorizar os assentamentos, não demorou muito até que a impressionante reputação viking se espalhasse por quase todos os cantos da Europa e da Mesopotâmia.

A Era Viking durou do início dos anos 790 até à Conquista Normanda da Inglaterra em 1066. Durante este período, os vikings usaram os mares do Norte e Báltico para assustar os reinos vizinhos, estendendo a sua influência através do combate e da cultura até que, eventualmente, os vikings deixaram de ser descritos apenas como invasores costeiros. Temos o exemplo dos dois reis vikings, Sweyn Forkbeard e Cnut, o Grande, que subiram ao trono inglês. Além disso, Leif Erikson (um dos primeiros islandeses) estabeleceu pequenas colônias na América do Norte. Os escandinavos serviram também como mercenários para o Império Bizantino. Dessa forma, eles deixaram de ser meros piratas.

As motivações da sua expansão originam debates entre os historiadores modernos. Acredita-se que uma das razões poderia ser a escassez de recursos, forçando os vikings a ir mais longe. Outra possibilidade está relacionada com o reinado de Carlos Magno e a perseguição religiosa que daí surgiu. Com a influência cristã chegando à Dinamarca, Suécia e Noruega, os vikings estavam tentando proteger o seu sistema de crenças pagãs, resistindo aos valores judaico-cristãos e até mesmo vingando os assentamentos já perdidos para essa devoção. A introdução do cristianismo mais tarde dividiria a Noruega por quase meio século, causando muitas mortes e transformação cultural.

O fim da Era Viking pode estar associado a uma série de fatores. Em primeiro lugar, o resultado da cristianização da Escandinávia. No século XII, a Dinamarca, a Noruega e a Suécia eram controladas por dioceses da Igreja Católica e tinham se estabelecido como reinos separados. Isso resultou numa enorme mudança cultural nas prioridades da liderança da Escandinávia. Os vikings não foram derrotados, mas obrigados a se comportar de uma maneira que encaixasse na civilidade das suas terras. Por exemplo, a igreja medieval proibiu a toma de cristãos como escravos. Dado o fato de que o comércio de escravos era a fonte número um de lucro para os vikings, isso removeu o incentivo econômico para viajar e atacar o exterior.

Os vikings podem ter perdido o seu poder, mas a sua brutalidade, bravura e força sempre serão lembrados por aqueles que sentiram a ponta afiada dos seu machados em batalha.


Foto da Wikimedia, Creative Commons, de Max Taylor.

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